quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Após 50 anos de abandono, Brasil volta a investir no setor ferroviário


Após 50 anos de abandono, Brasil volta a investir no setor ferroviário

Ministério dos Transportes avalia a retomada de 14 trechos de ferrovias

 

 


Trens regionais de passageiros podem voltar a circular pelo Brasil (Foto: Thinkstock/Getty Images)

Viajar de trem pode voltar a ser um costume no Brasil. Após forte decadência do setor ferroviário no país, ocorrida na segunda metade do Século 20, o Governo Federal volta a investir nas estradas de ferro e já realiza estudos para implantar novos trens regionais de curta distância.

Tendo o trem de alta velocidade (TAV) Rio-São Paulo-Campinas como carro-chefe da retomada ferroviária, o país encara o desafio de voltar a investir em um transporte que foi deixado de lado em nome da priorização da indústria automobilística. As montadoras começaram a ganhar força no Brasil a partir do governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), que promoveu o modal rodoviário ao posto de principal do país.

O projeto de retomada é em parte ousado e em parte conservador. De acordo com o Ministério dos Transportes, a intenção é criar uma malha de TAV ligando São Paulo a Campinas, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Brasília. Goiânia também é uma possibilidade. No entanto, somente o trecho Campinas-São Paulo-Rio está em vias de licitação. Os outros são apenas suposições.

Já a parte conservadora diz respeito aos trens regionais. A retomada está ancorada em um estudo realizado pelo BNDES e pela Coppe no começo da década passada, no qual apenas 14 trechos, de 64, são considerados viáveis. Destes, apenas três terão linhas mais longas que 200 km.

 


Governo investe em passageiros, mas prioriza carga
(Foto: Divulgação / Ministério dos Transportes)

Euler Costa Sampaio, coordenador do projeto de Trens Regionais de Passageiros do Ministério dos Transportes, vê necessidade de se realizar um novo estudo. “Ele foi concluído em 2002, já está antigo. O Brasil mudou muito de lá para cá. Vamos rearrumar esse estudo para identificar se há novas oportunidades”, garante.

O coordenador se diz surpreso com o interesse da população pelos trens. “As pessoas se fascinam. Fiquei impressionado com a participação na audiência pública de Caxias do Sul. A cidade parou para acompanhar. Havia entidades empresariais, políticas, de classe. O interesse é impressionante”, garante Sampaio, que destaca ainda a forte cobrança das pessoas após as audiências.

A intenção do Ministério dos Transportes, segundo Sampaio, é fazer com que o trem seja melhor que o ônibus, para que os viajantes queiram fazer a troca de modal. Todas as vias devem ser operadas por empresas concessionárias

Apesar da retomada dos trens, ele não acredita que viagens de passageiros de longas distâncias sejam implementadas. Um trecho Porto Alegre-Brasília, por exemplo, está descartado neste primeiro momento. Esse tipo de deslocamento deve ser feito somente por cargas, que poderão viajar o Brasil inteiro com a conclusão da Ferrovia Norte-Sul.

A obra tem muitos problemas e atrasos, mas é o foco de investimentos do Governo Federal na área de transportes. E mesmo que a prioridade sejam as cargas, nada impede que trens façam serviços de passageiros, segundo a Valec, empresa pública responsável pela venda de capacidade de transporte nas novas ferrovias federais. Basta que uma companhia se interesse. Após praticamente cinco décadas de abandono, o Brasil, que teve sua primeira estrada de ferro implantada ainda na época do Império, tenta retomar sua tradição de andar nos trilhos. É esperar para ver.

O transporte de produtos pereciveis feitos pela rodovia, causam problemas de atrasos, estradas esburacadas, perda dos produtos ao consumidor. Esse tranporte tinha de ser feito pelos trilhos. Maior eficiencia na entrega e conservação da qualidade do produto. Não afetaria a inflaçao, e consumiria menos energia e qualidade ambiental de poluicao.

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